Gripe H1N1

Em entrevista à Rádio Pioneira na manhã desta quinta-feira (31), Juliana Herrero, enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica de Tangará da Serra, falou a respeito da campanha de vacinação contra gripe H1N1 que inicia dia 30 de abril, com o Dia D.

“Por enquanto a vacina vai começar no dia 30 de abril, então as medidas de prevenção são as mais importantes nesse momento para evitarmos um surto em Tangará da Serra. A campanha sempre acontece no mês de abril e esse ano o Ministério deixou para o último dia do mês”, disse.

Juliana destacou que a princípio não há previsão para adiantamento do período de campanha. “A vacina de 2016 ainda não chegou em nenhum estado brasileiro, ainda não foi distribuída pelo Ministério da Saúde, então acredito que não há possibilidade de adiantamento. A previsão é que a gente receba na semana em que inicia a campanha. Infelizmente o Ministério também não esperava essa dissipação, esse surto de gripe por Influenza H1N1 no Brasil”.

A Gripe H1N1 é uma doença causada por uma das mutações do vírus Influenza A. É um vírus novo, com material genético desconhecido para o sistema imunológico das pessoas. Surgiu devido a uma grande variação antigênica do vírus Influenza.

De acordo com Juliana Herrero, em Tangará a meta é vacinar mais de 16 mil pessoas do grupo prioritário de idosos, gestantes, lactantes até 45 dias após o parto, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, trabalhadores da saúde, população indígena e população privada de liberdade.

“Nós ainda temos o grupo dos doentes crônicos. É extremamente importante que a gente faça essa divulgação porque a pessoa tem que ir a um consultório médico, público ou privado, e pedir a receita médica dizendo que doença crônica ela tem. E tem que ser uma das doenças liberadas pelo Ministério da Saúde”, ressaltou a enfermeira.

Em 2015, foram vacinadas 17.714 pessoas em Tangará da Serra. “A meta é estipulada pelo número de habitantes que nós temos, é pela estimativa populacional. No ano passado a gente quase cumpriu a meta. Eu acredito que este ano, por ser um ano de surto, esse número será alcançado sem esforço, porque a população realmente se preocupa e todos nós temos medo dessa gripe”.

A campanha nacional de vacinação contra influenza começa no dia 30 de abril e vai até 20 de maio, segundo o Ministério da Saúde.

Juliana deixou ainda orientações à população para prevenção da doença. “As orientações são principalmente de higiene, usar álcool em gel sempre, lavar bem as mãos, ter o máximo de cuidado e evitar aglomerações, evitar ambientes fechados com muitas pessoas”.

Outras campanhas – A Secretaria Municipal de Saúde de Tangará da Serra continua com a campanha contra o HPV. “Nós estamos terminando a nossa intensificação da campanha do HPV nas escolas, segue hoje e amanhã ainda. Parabenizo as equipes de saúde que estão se empenhando muito, fazendo orientações e discussões sobre a importância da vacina que previne o HPV que é o maior causador de câncer de colo de útero”, pontuou Juliana.

HPV é um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões percursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. O nome HPV é uma sigla inglesa para "Papiloma vírus humano" e cada tipo de HPV pode causar verrugas em diferentes partes do corpo.

“No ano passado nós tivemos em Tangará dois óbitos por câncer de colo de útero, então é extremamente importante que as nossas meninas tenham a oportunidade de vacinar. Gostaria de sensibilizar os pais, porque muitos têm resistência contra a vacinação e é muito importante vacinar. Eu não tive a oportunidade de me proteger contra o HPV, mas a minha filhinha terá”, destacou a enfermeira.

De acordo com Juliana, a resistência dos pais contra a vacina nas meninas tem sido um dos maiores obstáculos. “A resistência se dá porque a vacina deve ser tomada antes que a menina inicie a vida sexual e alguns pais acreditam que isso estimula a atividade sexual. É uma vacina extremamente segura, não há contraindicação, são duas doses, sendo a segunda seis meses após a primeira. Mas a gente ainda tem resistência, principalmente na rede privada de ensino”.