O som é uma propagação ondulatória tridimensional e longitudinal; como tal, tem todas as propriedades que caracterizam esse tipo de propagação — reflexão, refração, difração e interferência.

Reflexão

A reflexão é certamente a propriedade mais conhecida por causa do eco, mas a sua maior importância decorre de suas aplicações tecnológicas. Veja as figuras a seguir.
A primeira figura representa o sonar: a reflexão de uma onda sonora enviada do navio traz informações sobre o fundo do mar. A segunda figura mostra uma ultrassonografia de um feto: ondas sonoras de alta frequência refletidas no útero materno são captadas por dispositivos eletrônicos que as decodificam e constroem a imagem correspondente visualizada por meio de um computador.


Refração

A refração do som é um fenômeno difícil de ser notado, embora ocorra como em qualquer propagação ondulatória. Ela pode ser percebida em dias quentes, na praia, por exemplo. Veja a figura a seguir. As linhas circulares representam esquematicamente o trajeto das frentes de onda do som emitido pela mulher. O rapaz está numa região onde há uma espécie de sombra sonora.
O rapaz deitado na areia não consegue ouvir o chamado da mulher por causa da refração das ondas sonoras.
Com o sol, a areia da praia se aquece, o ar próximo a ela se expande e sua densidade diminui. Então a velocidade do som aumenta, ocasionando a refração.  se a velocidade aumenta, o ângulo de refração torna-se maior do que o ângulo de incidência, o que pode provocar a sua reflexão total. É um fenômeno semelhante ao da miragem, que vamos abordar no estudo de Óptica. Na verdade, não há uma sombra sonora muito nítida nem absoluta, mas, como a mulher na ilustração pode comprovar, qualquer pessoa deitada na areia da praia num dia quente tem a sensação de desfrutar de um estranho silêncio entrecortado.

Difração e interferência

A difração sonora é facilmente comprovada. Basta deixar a porta de um quarto entreaberta: tudo o que se diz lá dentro passa a ser ouvido f ora, porque o som se propaga por difração. É verdade que, mesmo com a porta fechada, é possível ouvir o som produzido dentro do quarto, sobre tudo se ele for gerado por uma banda de rock. Mas, nesse c aso, o som se transmite através da porta e das paredes. Isso ocorre porque as vibrações sonoras do ar fazem vibrar também a porta e as paredes, que reemitem o som para fora do quarto. É um fenômeno semelhante à transparência de alguns materiais às ondas luminosas. A interferência sonora é, também, um fenômeno familiar. Em shows ao ar livre, ou em ambientes inadequados, é muito comum existirem regiões onde há interferência destrutiva e nada se ouve, ou se ouve muito mal, e regiões onde há interferência construtiva e o som é muito intenso e, às vezes, distorcido. Inconvenientes como esses são evitados em ambientes adequadamente projetados e construídos. A tecnologia da edificação de ambientes desse tipo faz parte da Acústica. Veja a foto:
O Disney Concert Hall, inaugurado em 2003 em Los Angeles, Estados Unidos, segue os mais modernos padrões arquitetônicos de excelência acústica, que se destacam no revestimento e na curvatura das paredes e do teto.

A interferência de ondas sonoras de frequências muito próximas produz ainda um efeito particularmente interessante. Veja a figura a seguir.


Na figura acima a interferência entre duas ondas sonoras (representadas esquematicamente como ondas transversais) de frequências próximas dá origem a regiões de interferência construtiva (C), que reforçam o som resultante, e de interferência destrutiva (D), que tendem a anular o som resultante. A sucessão de interferências construtivas e destrutivas entre essas ondas resulta em um som de intensidade oscilante — a esse fenômeno dá-se o nome de batimento. Essa oscilação de intensidade sonora tem uma frequência bem definida, chamada frequência de batimento, fB .



Empiricamente admite-se que a frequência fB 5 25 Hz é o limite para a percepção humana do batimento; acima desse valor essas oscilações de intensidade se tornam muito próximas entre si e deixam de ser perceptíveis ao nosso sistema auditivo. Assim, quando se superpõem dois sons de frequências 440 Hz e 450 Hz, por exemplo, ouve-se um batimento de frequência 10 Hz facilmente perceptível. Mas, se os sons superpostos forem de 440 Hz e 560 Hz, por exemplo, ouve-se um som contínuo de 500 Hz. Esse valor médio não é determinado fisicamente, mas é uma espécie de adaptação do cérebro aos sinais captados pelo aparelho auditivo, que não tem estrutura para perceber esse batimento. Outra diferença entre a Física e a nossa percepção auditiva está no número de toques do batimento percebido ou ouvido, que é sempre o dobro da sua frequência.
Isso ocorre porque, como se pode ver na figura acima, para cada comprimento de onda da onda estacionária que dá origem ao batimento, há dois pulsos. Portanto, se conseguirmos contar 20 t oques em um segundo, a frequência do batimento é de 10 Hz, e não 20 Hz.

01-EXERCÍCIO RESOLVIDO







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