O estudo feito em Cuiabá
por Souza et al, 2005, relata a utilização de álcool pelos estudantes, e que
este ato torna-se cada vez mais uma questão de saúde pública, e o consumo
cresce entre jovens estudantes e trabalhadores ou não. Vejamos abaixo dados da
pesquisa:
O consumo abusivo de
álcool entre adolescentes configura uma questão relevante de saúde pública ao
ocasionar freqüentes agravos à saúde do usuário. As prevalências encontradas de
uso de bebidas alcoólicas na vida entre os estudantes adolescentes de Cuiabá
são elevadas e precoces tanto entre trabalhadores (81,0%) como entre
não-trabalhadores (65,8%). Esses dados estão coerentes com os encontrados nos quatro
levantamentos realizados no Brasil nos anos de 87, 89 e 97, acima de 65%. Outro
estudo encontrou, em população de adolescentes de 12 a 17 anos, prevalência de
uso de álcool no último ano de 32,7%. Com relação ao alcoolismo, estudo
realizado no Rio Grande do Sul encontrou 8,3% de questionários com CAGE
positivos, freqüência menor que a encontrada em Cuiabá na amostra total (13,4%)
e entre os adolescentes trabalhadores (14,9%) e não-trabalhadores (12,6%).
Esses dados sugerem maior precocidade do consumo de álcool entre os
adolescentes aqui estudados. (SOUZA, 2005, p. 590)
O álcool é a substância
psicoativa mais consumida em todo mundo, primeiramente de forma social, em
ocasiões especiais isto para a maioria da população mundial cerca de 80%, mas
parte desta população não consegue consumir socialmente e acaba por usar
abusivamente o consumo de álcool, tornando dependente, como já mencionado
anteriormente neste trabalho. SOUZA em seu estudo relata que “nos levantamentos
e estudos nacionais, há um discreto predomínio do consumo de bebidas alcoólicas
entre os indivíduos do sexo masculino. Isso não ocorreu com os adolescentes de
Cuiabá, onde se observou maior proporção de consumo entre o sexo feminino.”
Segundo ele o padrão de
consumo, segundo o sexo, vem sendo objeto de discussão em estudos envolvendo a epidemiologia
do alcoolismo. Há de se salientar as conquistas femininas nas últimas décadas,
entre elas, além da independência financeira, as adolescentes passaram a ter
mais liberdade de freqüentar locais onde se consomem bebidas alcoólicas antes
restritas aos homens, comportamentos estes que se acompanham do aumento da
prevalência de doenças, anteriormente associadas ao sexo masculino.
SOUZA, 2005, p. 591,
apresenta em seu estudo a questão da religião e jovens trabalhadores e
não-trabalhadores, salienta que sobre religião são raros os estudos, mas
segundo ele “as investigações sobre o uso de álcool, alcoolismo e religião em
adolescentes são raras no Brasil. No presente estudo, verificou-se que os
estudantes adolescentes católicos trabalhadores e não-trabalhadores apresentaram
maiores chances de consumo de álcool.”
E relata que resultado similar foi verificado num estudo feito no Rio
grande do Sul, na capital, Porto Alegre, onde jovens católicos trabalhadores e
não trabalhadores apresentaram maior consumo de álcool.
Portanto o álcool provoca diversos efeitos que aparecem em duas fases
distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após
estimulantes, como euforia desinibição e loquacidade (maior facilidade para
falar). Com o passar do tempo começam a surgir os efeitos depressores como
falta de coordenação motora, descontrole e sono. Pois quando o consumo é muito
exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o
estado de coma.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as
características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas
alcoólicas sentira os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada
com outra que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a
estrutura física; a pessoa de grande porte terá maior resistência aos efeitos
do álcool. Portanto o consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear
alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e mal
estar geral. Pois esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo
organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool.
Estado psíquico e também geralmente
físico, resultante da ingestão de álcool, caracterizado por rações de
comportamento e outras que sempre incluem uma compulsão para ingerir álcool de
modo contínuo ou periódico, a fim de experimentar seus efeitos psíquicos e, por
vezes, evitar o desconforto de sua falta a tolerância ao mesmo podendo ou não
presente. (RAMOS E BERTOLOTE apud SANTOS, 1997, p. 26)
Como já citado a pessoa que consome bebida alcoólica de forma excessiva,
ao longo do tempo pode desenvolver dependência, condição conhecida como
alcoolismo. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, envolvendo
aspectos de origem biológica, psicológica e sociocultural. A dependência do
álcool é considerada freqüente, atingindo cerca de 10% da população adulta
brasileira.
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