Adentrando a área da Educação
Matemática pontuam-se os inúmeros estudos pertinentes ao processo ensino/aprendizagem.
Ademais, salienta-se sobre as potencialidades do jogo nessa disciplina e também
sobre a importância deste recurso em sala de aula.
“O jogo na educação matemática parece
justificar-se ao introduzir uma linguagem matemática que pouco a pouco será
incorporada aos conceitos matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de
lidar com informações e ao criar significados culturais para os conceitos
matemáticos e o estudo de novos conteúdos”. (MOURA, 1994, p. 24).
Os jogos de estratégias, por exemplo, tendem a despertar a curiosidade na maioria das vezes, pois o desafio
propicia subsídios para vencer o jogo. Moura (1991, p. 17) “ao
optar pelo jogo como estratégia de ensino, o professor fá-lo com uma intenção:
propiciar a aprendizagem. E ao fazer isto tem como propósito o ensino de um
conteúdo ou de uma habilidade”.
Na perspectiva de ensino, o escopo do ensino nada
mais é que o desenvolvimento do indivíduo, tanto em seu aspecto pessoal quanto
em seu contexto social. Para o Currículo Nacional do Ensino Básico (p.68), “a
prática de jogos, em particular dos jogos de estratégia, de observação e de
memorização, contribui de forma articulada para o desenvolvimento de
capacidades matemáticas e para o desenvolvimento pessoal e social”.
Os alunos que apresentam em seu cotidiano escolar o
uso do jogo aprendem a respeitar regras e a desempenhar papeis distintos. De acordo com Moura (1990, p. 65) “[...] o
jogo puro, é a brincadeira que instiga o imaginário, é a fantasia que, através
das regras, vai levar ao desenvolvimento do jogo e ao conteúdo sistematizado”.
Além do mais, os professores podem ter uma opção a
mais para variar suas propostas metodológicas. Essa opção de atividade é também
extremamente viável nos casos de alunos que necessitem de maior atenção para
desenvolver o conhecimento sobre determinado assunto. Grando (2004) diz que o
jogo pode ser utilizado como um instrumento facilitador na aprendizagem de
estruturas matemáticas. Ainda nessa visão o autor afirma que:
“O conceito matemático pode ser
identificado na estruturação do próprio jogo, na medida em que não basta jogar
simplesmente para construir estratégias e determinar o conceito. É necessária
uma reflexão sobre o jogo, uma análise do jogo. Um processo de reflexão e
elaboração de procedimentos para a resolução dos problemas que aparecem no jogo”.
(GRANDO, 2004,
p. 38)
Convém acentuar que a
utilização dos jogos no contexto educacional visa transmitir e fixar conteúdos
de uma maneira mais agradável para os educandos. Entretanto só terá o resultado
almejado se for centrada corretamente, mediante a concepção dos fatores que
contribuem para uma aprendizagem ativa.
O jogo pode,
ou não, ser jogo no ensino. Ele pode ser tão maçante quanto uma resolução de uma lista de
expressões numéricas: perde a ludicidade. No entanto, resolver uma expressão
numérica também pode ser lúdico, dependendo da forma como é conduzido o trabalho. O jogo deve ser jogo do conhecimento, e
isto é sinônimo de movimento do conceito e de desenvolvimento. (MOURA, 1990, p.
65).
Dessa forma, vale destacar o papel do professor,
pois é ele o responsável por conduzir o jogo para que esse desempenhe o papel
ao qual está destinado. Além da contextualização de promover o aprendizado o
jogo pode ser visto como uma ferramenta que promove a inibição de bloqueios que
alguns educandos apresentam em relação à disciplina de matemática.
''Outro motivo para a introdução de
jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios
apresentados por muitos de nossos estudantes que temem a Matemática e sentem-se
incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível
uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que
estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e
atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem”. (BORIN, 2004,
p. 9)
Ao utilizar essa
ferramenta na aula de matemática o professor deve, antes de tudo, visaro gosto pelo
aprendizado do aluno por essa disciplina, despertando
assim o envolvimento do discente para sanar possíveis lacunas que sejam
produzidas na atividade escolar diária.
Em suma, ao
introduzir o jogo no cotidiano escolar verificar-se alguns pontos relevantes,
pois além do caráter lúdico, há de propiciar ainda o desenvolvimento do raciocínio
e a gênese de relações sociais.
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