A palavra “jogo” retoma os primórdios da antiga Grécia e Roma que
utilizava o jogo com o intuito de ensinar as letras. Ela deriva do termo latino
“ludus” que significa brincadeira, diversão.
Há de salientar que somente após a Idade Média o jogo passou a ter o
caráter de diversão.Segundo o Dicionário Sacconi da língua
portuguesa (1996, p. 411), a palavra “Jogo é: divertimento, passatempo
recreativo, competição partida esportiva”.
A
análise desse vocábulo é algo muito mais intrínseco, oriundo de um contexto
cultural. De acordo com Grando (2004, p. 8) “Existe
uma variedade de concepções e definições sobre o que seja jogo e as perspectivas
diversas de análise filosófica, histórica, pedagógica, psicanalista e
psicológica, na busca da compreensão do significado do jogo na vida humana.” Em
outras palavras, pode se dizer que entre os distintos conceitos que englobam
esse termo, considera-se para defini-lo, o meio cultural no qual ele está
inserido.
Ainda nessa visão afirma Huyzinga
(1990, p.3)
“O jogo é mais antigo que a cultura, pois esta, mesmo nas suas definições mais
rigorosas, pressupõe sempre a sociedade humana[...]”. O autor retoma a
importância social, histórica e cultural que abarcam a origem dos jogos, bem
como os fatores que envolvem o seu desenvolvimento.
Para Kishimoto (1994) conceito de jogo é o emprego
de vários termos como sinónimos. Jogo, brinquedo e brincadeira têm sido utilizados
com o mesmo significado. Em suma, o
autor coloca que as três palavras apresentam, semanticamente o mesmo entendimento.
Cabe, entretanto, definir o contexto de sua inserção para melhor interpretar
sua contextualização.
Conforme Wittgenstein apud
Kishimoto (2003) certas palavras só adquirem significados precisos quando
interpretadas dentro do contexto em que são utilizadas. O termo jogo apresenta
características comuns e especificidades”. Assim vale ressaltar que para esse
termo tenha um significado plausível, deve-se, antes de tudo considerar a
finalidade a qual se destina o jogo.
Ademais,
há de colocar que o jogo distancia-se do cotidiano na medida em que apresenta
tempo e espaço próprio, voltado para satisfação em sua realização, mesmo sendo
regido por regras. Segundo Huyzinga (1990, p. 33):
“[…] o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida
dentro de determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente
consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo,
acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser
diferente da vida cotidiana.”
Para
que haja o jogo é fundamental a participação de ao menos um jogador, variando a
quantidade desse na medida em modifica-se o jogo. Grando (2004, p. 21) coloca que
“o jogo é uma atividade lúdica que envolve o desejo e o interesse do jogador[...]
envolve a competição e o desafio que motivam o jogador a conhecer seus limites
e suas possibilidades de superação na busca da vitória [...]”.
Nessa perspectiva pode-se afirmar
que o jogo explora a competição em um aspecto positivo, pois busca não apenas a
vitória, mas também aborda pontos relevantes para a vida social do jogador.
Como afirma Kishimoto (2003, p.1)
[...] a variedade de jogos
conhecidos como faz-de-conta, simbólicos, motores, sensório-motores,
intelectuais ou cognitivos, de exterior, de interior, individuais ou coletivos,
metafóricos, verbais, de palavras, políticos, de adultos, de animais, de salão
e inúmeros outros mostra a multiplicidade de fenômenos incluídos na categoria jogo. (KISHIMOTO, 2003, p. 1).
A diversidade de jogos existentes
mostram as inúmeras possibilidades de analogias entre o jogo e o ser humano.
Considerando-se, sobretudo, as variadas características e objetivos que cada
jogo apresenta, cita-se como exemplo jogos que demandam força ou que trabalham
com o raciocínio no qual cada um, de uma forma distinta, irá influenciar a vida
do jogador. Pensando nessa premissa, relacionar-se-á a função do jogo na
educação, mais especificamente na disciplina de matemática.
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