O abuso de drogas é uma preocupação mundial em função de sua alta
freqüência e dos prejuízos sociais, psíquicos e biológicos, com possíveis
conseqüências no futuro dos usuários. A adolescência constitui uma época de
exposição e vulnerabilidade ao uso de drogas, em virtude de essa fase ser um
período crítico para o desenvolvimento de competências pessoais e
interpessoais, aquisição de habilidades para atuar e tomar decisões,
tornando-se o abuso de drogas uma forma de lidar com situações problemáticas da
vida. (COLLI E SAITO apud Silva et al, 2006)
No item anterior foi citado que geralmente as pessoas tem em mente um
tipo único de usuário, ligado ao mundo da contravenção e da criminalidade.
Neste segundo item do capítulo I, serão relatadas as questões sociais dos
envolvidos, ou seja, como as drogas estão inserido dentro da sociedade, até que
ponto o homem social está envolvido pelas drogas, os fatos sociais e culturais
que influenciam o consumo e a dependência química das pessoas, que nem sempre
estão envolvidas no mundo da criminalidade, não diretamente, porque buscam
fulga dos problemas nas drogas, e desta forma usam abusivamente variados tipos
de drogas por variados motivos, relacionados a sociedade, a cultura, ao
convívio familiar, aos problemas financeiros, a falta de oportunidades em terem
uma vida diferente, a falta de estímulo, de orientação e inúmeros motivos.
1.2.1
Contextos Sócio-Histórico e Cultural
Segundo os historiadores,
a disseminação do uso de determinadas substâncias -e, por sua vez, a
transformação deste uso em abuso - está intimamente ligada ao estabelecimento
da produção em larga escala de medicamentos e outras panacéias. A trajetória de
duas substâncias e um produto muito famosos pode ser usada como exemplo. A
descoberta da codeína (1831) e da diacetilmorfina (1874) veio como resultado
dos esforços empreendidos pelos químicos e farmacêuticos de então, que já
buscavam um substituto eficaz para a morfina, descoberta por volta de 1803 por
Sertuner. Contudo, a capacidade desta última em criar comportamento aditivo
trazia problemas, o que já tinha sido apontado e reconhecido pelos médicos da
época.
A história do uso de cocaína na América evoluiu mais
rapidamente do que a dos opiáceos, contudo segue uma trama parecida. Em 1884, a cocaína pura já
estava disponível para comercialização. Um ano após a sua introdução no
mercado, a cocaína era vendida pelo
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