A
concepção de jogo na metodologia de ensino traz intrínseco um novo paradigma
que auxilia o processo de aprendizagem do discente, tendo em vista que
interação entre teoria e prática busca, por meio do jogo, um facilitador para
esse processo.
Entretanto,
há de considerar a seleção adequada de jogos para levar em sala de aula. Para
tanto, deve ser analisada a intenção do professor, os conceitos abordados, a
idade do aluno, entre outros. Segundo Rego (2000, p. 19), “como todo recurso
pedagógico, a utilização do material concreto na sala de aula exige cuidados
básicos por parte do professor”. Tais como:
1)Dar tempo para que os alunos conheçam
o material. Em uma primeira etapa é importante que os explorem livremente.
Apresentadas às regras, o professor atua apenas como mediador, pois a
aprendizagem e interpretação das mesmas têm um grande valor didático, inclusive
levando os alunos a aprenderem a questionar, negociar, colocar seu ponto de
vista e discutir com seus colegas até chegarem a um consenso;
2)Criar no aluno hábito de comunicar e
trocar ideias. Os diferentes processos, resultados e as estratégias usadas para
obtê-las devem também ser sempre discutidos com a turma. Durante o
desenvolvimento das atividades o professor pode guiar os alunos a descoberta de
fatos específicos, através de perguntas ou desafios. Cada sessão deve terminar
com um registro individual ou do grupo, caso tenham discutido de maneira
solidária;
3)Propor atividades, mas estar aberto a
sugestões e modificações das mesmas ao longo de sua realização. Vale lembrar
que modificações realizadas na regra de um jogo podem levar à criação de novos
e interessantes jogos. O professor precisa estar atento e aberto a novas
abordagens ou descobertas, mesmo que um certo momento determinadas observações
lhe pareçam sem sentido;
4)Realizar uma
escolha responsável e criteriosa do material;
5)Planejar com antecedência as
atividades, procurando conhecer bem o material a ser utilizado, para que o
mesmo possa ser explorado de forma eficiente, usando de bom senso para
adequá-los as necessidades da turma.
Nessa perspectiva, ressalta-se o papel do professor
como essencial na interação do aluno com o jogo. O conhecimento forma uma pessoa e o papel do professor é
extremamente importante, ajudando o aluno a compreender o meio onde vive e
passando seu conhecimento tornando o aluno a pensar por conta própria.
Sendo
assim, Piaget diz que
a partir de suas próprias ações, o educando, como ser
ativo, constrói suas estruturas de conhecimento em interação com seu meio, pois
o conhecimento não procede, em suas origens, nem de um sujeito consciente de si
mesmo nem de objetos já construídos que a ele sejam impostas. O conhecimento
resulta das interações que se produzem a meio caminho entre os dois,
dependendo, portanto dos dois ao mesmo tempo, mas em decorrência de uma
indiferenciação completa e não de intercâmbio entre formas distintas [...].
(PIAGET, 1972, p.14).
Ademais, o professor deve ainda ser consistente no
que tange a avaliação dos jogos antes de aplicá-lo em sala de aula. Assim, a
avaliação deve levar em conta quanto o jogo auxilia o aluno no aprendizado e o
quanto ele é
influenciado pelo mesmo.
Avaliar é um processo de classificar situações específicas em
função de parâmetros pré-estabelecidos […] reflete necessariamente, uma
concepção de ensino e aprendizagem, resultante de uma visão filosófica da
relação sujeito-objeto. (OLIVEIRA, MENEZES & MOREIRA, 1987, 50).
Dependendo de sua
funcionalidade, o jogo pode ser avaliado segundo os critérios colocados por
Junior (2011, p. 18):
-
Funcionalidade – Evidencia que o conjunto de funções atende às necessidades
explícitas e implícitas para a finalidade a que se destina o produto;
- Usabilidade – Evidencia a facilidade de utilização do jogo;
-
Confiabilidade – Evidencia que o desempenho se mantém ao longo do tempo em
condições estabelecidas;
-
Eficiência – Evidencia que os recursos e os tempos envolvidos são compatíveis
com o nível de desempenho requerido para o produto.
As
vantagens que esse meio permite auxiliam o aluno que possui dificuldade ou que
queira ampliar os seus conhecimentos para possa fazer isso de uma forma
dinâmica, diferente da forma convencional de métodos de estudos, incentivando-os
a terem curiosidade sobre a matéria e até mesmos procurar outros recursos para
aprender, enfatizando assim a sua autonomia de estudo.
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