Para desenvolver esta parte da pesquisa foi entrevistada uma sala de aula do III ciclo, I fase – equivalente à antiga 6ª série, com 25 alunos. Foi escolhida uma Escola Estadual na qual uma professora entrevista ministra aula.
            Considerando a faixa de idade dos alunos a entrevista foi exposta de forma dinâmica, com o intuito de despertar o interesse do aluno em responder as questões. Para tanto, o aluno tinha em mãos uma folha com o número de 1 a 5 nela e na frente de cada número havia uma linha na qual ele deveria responder as perguntas que foram expostas no data-show. 
            Assim, em relação à primeira pergunta tem-se o seguinte resultado:









Gráfico 1: Alunos que gostam de brincar
Fonte: dados da Pesquisa

                A pergunta foi direcionada aos alunos para que eles pudessem responder eu, assim houve um coro respondendo positivamente. Contudo coloca-se que alguns entrevistados disseram que “depende da brincadeira”, pois conforme eles mesmos apontaram, “não gosto de brincadeira de criança”, “não gosto de jogar bola” e “não gosto de brincadeira de menina”, respectivamente.
            Mesmo considerando tais afirmações, pode se perceber que todos gostam de brincar, mas há de salientar que alguns são um pouco mais exigentes na escolha de sua brincadeira.
            Quando questionados sobre aprender matemática a reposta foi unanime:


Gráfico 2: Alunos que gostam de matemática


Fonte: dados da Pesquisa
Nesse caso a resposta foi bem direta e levantaram-se vários motivos para não gostarem de matéria. Alguns colocaram que não gostam da professora, pois ela é brava, outros que a matéria é difícil, outros que não entendem e tem ainda um que afirmou ter muita tarefa para a casa e ele não consegue fazer.
Ao ouvir tal colocação foi questionado se os pais não ajudavam com a tarefa e o aluno completou dizendo: “não tenho pai e moro com minha vô, ela não sabe da forma que eu to aprendendo”.
Quando questionados como eram as aulas de matemática eles colocaram que a professora explicava no quadro, que usavam o livro para fazer as atividades e que tinham muita tarefa para casa.
Para analisar os jogos que os alunos conheciam foram expostos modelos desses (os mesmos dispostos como exemplo no capítulo II) e a partir disso, eles deveriam levantar a mão, caso já conhecesse o jogo.

Gráfico 3: Jogos que os alunos conhecem

Fonte: Dados da pesquisa

Conforme o gráfico, em relação aos jogos expostos, percebe-se que os alunos conhecem apenas o Sudoku e o Tangram, e quanto aos demais jogos eles se mostraram interessados em saber como se joga. Alguns educando chegaram a confundir o Sudoku com o Quadrado mágico, na medida em que foi explicitada a diferença, muitos pediram para jogar.
A última pergunta também tem relação com os jogos expostos. Quando questionados qual jogo eles iriam querer jogar chegou-se a seguinte colocação:
Gráfico 4: Qual desses jogos vocês querem jogar agora?
Fonte: Dados da pesquisa

Ao analisar essa questão percebe-se que o interesse pelo Quadrado mágico foi constatado com maior índice, isso porque os alunos não o conheciam e queriam aprender a jogar. Já para o Tangramfoi colocado que “é mais legal”, “tem figuras coloridas”, “não precisa pensar”, entre outras colocações.

4.3 Análise da aula com a utilização de jogos


            Para desenvolver esta parte da pesquisa foi utilizada a mesma turma entrevista.Entretanto, houve a necessidade de verificar se os conteúdos abordados pelos jogos Tangrame Quadro mágico haviam sido trabalhados em sala para propor atividades aos alunos com esses dois jogos. A atividade foi desenvolvida em duas semanas com um total de 6 h/a, conforme a carga horária semanal da disciplina foi trabalhado um determinado jogo.
Deve-se salientar ainda que a verificação dos conteúdos foi confirmada no diário de classe da professora. Ademais se coloca que a atividade proposta se deu em duas etapas: Em primeira instância utilizou-se uma aula para revisar o conteúdo. As outras duas aulas da carga horária aplicou-se o jogo. 
Na primeira semana da pesquisa foi aplicado o jogo Tangram, abordando assim o conteúdo referente à geometria. A atividade proposta visava aos alunos o objetivo demontar 3 figuras com 1, 2, 3 e 4 peças respectivamente: um triângulo, um quadrado e umlosango. No primeiro momento da atividade a professora expôs no quadro uma representação das peças do jogo feita com cartolina e numerada de 1 a 7.  Os alunos foram divididos em 11 duplas (D) e 1 trio (T). Para cada par/trio foram dadas as figuras da peça do jogo.
O resultado da atividade referente àdas figuras foi analisado considerando o nível de dificuldade encontrada por equipe. Esse, por sua vez corresponde ao seguinte esquema:
ü  Fácil: Quando os alunos não encontram dificuldade para exercer a tarefa e a executaram com aproximadamente 5 minutos;
ü  Regular: Quando os alunos encontraram dificuldade, mas conseguiram executar a tarefa entre 5 e 7 minutos aproximadamente;
ü  Difícil: Quando os alunos precisaram de auxílio e/ou precisaram de um tempo maior que as 6 primeiras equipes levaram para executar a tarefa.
O tempo foi determinado calculando a médio entre a primeira equipe e a última equipe a terminar a tarefa, com exceção do nível difícil que não foi contado tempo cronológico, apenas considerou-se o término das seis primeiras equipes.

Tabela 4: Análise da utilização do Tangram para montar triângulo
Dupla/trio
1 peça
2 peças
3 peças
4 peças
D1
Fácil
Fácil
Regular
Difícil – não conseguiam dar forma a figura
D2
Fácil
Fácil
Regular
Difícil – precisaram de ajuda
D3
Fácil
Fácil
Fácil
Fácil – montou para a dupla ao lado
D4
Fácil
Fácil
Regular
Difícil – copiaram da dupla ao lado
D5
Fácil
Fácil
Fácil
Fácil – deixou a dupla ao lado copiar
D6
Fácil
Fácil
Regular
Difícil -precisaram de ajuda
D7
Fácil
Fácil
Regular
Difícil – teve ajuda da D3
D8
Fácil
Fácil
Fácil
Difícil - precisaram de ajuda
D9
Fácil
Fácil
Fácil
Regular
D10
Fácil
Fácil
Fácil
Regular
D11
Fácil
Fácil
Regular
Fácil – alegaram que pegaram o jeito do jogo
T1
Fácil
Fácil
Regular
Regular
Fonte: dados da pesquisa

Ao montar o triângulo os alunos não tiveram problemas ou dúvidas. Entretanto, conforme o número de figuras fosse aumentando a dificuldade ia surgindo, pois eles não conseguiam dar forma. Ademais, alguns montavam a figura, mas não conseguiam identifica-la devido à organização das peças em relação à posição do aluno. Nesse caso os alunos alegaram que “não parecia um triângulo”.
Há de salientar ainda que as equipes que tiveram mais facilidade para desenvolver a atividade perceberam a importância das posições das peças em relação ao aluno.

Tabela 5: Análise da utilização do Tangram para montar quadrado
Dupla/trio
1 peça
2 peças
3 peças
4 peças
D1
Fácil
Regular
Difícil
Difícil – não conseguiam dar forma
D2
Fácil
Fácil
Difícil
Difícil – não concordavam quais figuras usar
D3
Fácil
Fácil
Fácil
Regular
D4
Fácil
Fácil
Regular
Regular
D5
Fácil
Fácil
Difícil
Difícil – problemas de comunicação entre a equipe
D6
Fácil
Regular
Regular
Regular
D7
Fácil
Regular
Difícil
Difícil – não conseguiam dar forma
D8
Fácil
Fácil
Regular
Regular
D9
Fácil
Fácil
Fácil
Regular
D10
Fácil
Fácil
Difícil
Difícil
D11
Fácil
Fácil
Fácil
Fácil – ficavam girando em torno da mesa para ordenar as figuras
T1
Fácil
Regular
Regular
Difícil – olhavam como os colegas faziam
Fonte: dados da pesquisa

Para desenvolver esta etapa da atividade os alunos notou-se que houve um pouco mais de dificuldade, tendo em vista que a forma proposta deveria ser um quadrado os alunos discutiram mais entre as equipes para resolver o quebra-cabeça.
Coloca-se ainda que duas equipes não conseguiram dar formas e houve a necessidade de intervenção para solucionar o problema delas. De uma forma geral, os alunos além de discutir com sua dupla procuraram saber como a equipe do colega havia feito e então comparava com o dele para saber se as peças usadas eram as mesmas.

Tabela 4: Análise da utilização do Tangram para montar o losango
Dupla/trio
1 peça
2 peças
3 peças
4 peças
D1
Fácil
Fácil
Regular
Regular
D2
Fácil
Fácil
Difícil
Difícil
D3
Fácil
Fácil
Regular
Difícil
D4
Fácil
Fácil
Regular
Difícil
D5
Fácil
Fácil
Difícil
Difícil
D6
Fácil
Fácil
Regular
Regular
D7
Fácil
Fácil
Difícil
Difícil
D8
Fácil
Fácil
Regular
Difícil
D9
Fácil
Fácil
Regular
Regular
D10
Fácil
Fácil
Regular
Regular
D11
Fácil
Fácil
Regular
Regular
T1
Fácil
Fácil
Difícil
Difícil
Fonte: dados da pesquisa
No caso dessa atividade a dificuldade começou a aparecer já na montagem com 3 peças, a partir disso, as equipes precisaram de maior apoio principalmente porque não estavam conseguindo dar forma exata a figura.
Conforme mostra a tabela, houve um grau maior de equipes com o nível Difícil, isso se deu porque elas solicitaram ajuda da professora para conseguir dar forma solicitada na atividade. Ademias, os alunos que não pediram ajuda ouviam a explicação da professora, inclusive teve alguns que foram ver como a professora estava fazendo.
De uma forma geral percebe-se que os alunos conseguem identificar as figuras, tendo em vista que as equipes conseguiram resolver a primeira parte da atividade proposta (1 peça) com muita facilidade, pois essa, por sua vez, consistia basicamente em identificar a figura solicitada.
Em relação à segunda parte (2 peças) somente no caso do quadrado é que houve um aumento no nível de dificuldade, dessa forma percebe-se também os alunos tiveram facilidade em resolver a atividade.
Contudo considera que o resultado foi positivo, embora os alunos tivessem maior dificuldade para resolver a parte 3 e 4 da atividade proposta, pois mesmo precisando de ajuda as equipes conseguiram resolver todas as atividades propostas.
            No que tange ao jogo Quadrado mágico, o qual foi proposto na segunda semana da pesquisa tendo a seguinte forma de aplicação: Individualmente cada aluno recebeu uma folha com o jogo. Essa primeira parte era só para treinar.


Figura: Quadrado mágico 3 x 3.

 Nessa fase chamada de “treinamento” os alunos mostraram dificuldade e solicitaram muitas vezes a ajuda da professora. Entretanto, com algumas dicas eles conseguiram resolver a atividade proposta.
            Em uma segunda etapa foi proposto um desafio, no qual o aluno vencedor ganharia um presente. O desafio foi resolver um quadrado mágico 4 x 4 com resultado igual a 45. Quem não quisesse não precisaria fazer. No entanto todos resolveram tentar.
            A professora passou algumas dicas para os alunos e a partir disso tentaram resolver o jogo. Nesse caso ela não inferiu mais e como não houve ganhador foi dividido entre os alunos 2 caixas de chocolates, considerando a participação e empenho em tentar resolver a atividade. Logo após a professora passou a resposta do quebra-cabeça.
            Considerando essa atividade percebe-se que os alunos tiveram maior dificuldade em resolvê-la. O maior problema encontrado para essa atividade foi em primeiro lugar a soma errada, pois para o aluno estava correto. O segundo erro encontrado diz respeito à repetição de um número, pois esse não pode ser igual na diagonal, horizontal e vertical.
            Nesse sentido, embora a atividade tenha ficado inacabada é importante salientar o interesse do aluno em participar e considerar o colega como um adversário, pois ao contrário das outras atividades que houve interação entre equipes diferentes, por exemplo.
            


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