Neste trabalho, considera-se que a droga é uma mercadoria e que o consumo de drogas deve ser analisado à luz da estrutura e dinâmicas do modo de produção capitalista, que conformam os contextos da sociedade contemporânea. Assim, trata-se de reconhecer que o consumo de drogas está submetido às possibilidades de reprodução social dos indivíduos, famílias e classes ou grupos sociais, bem como reflete as conseqüências das políticas sociais públicas adotadas pelo Estado. Portanto, a política e os programas de prevenção ao consumo de drogas deveriam estar voltados tanto para mudanças em contextos de socialização e interação dos indivíduos, delimitados e específicos a sua condição de classe, quanto para mudanças estruturais mais gerais que melhorem a distribuição da renda e o acesso aos bens socialmente produzidos (Soares, 1997).
Este enfoque tratado por Soares considera o consumo de drogas em todos os seus aspectos, as questões sociais, culturais, econômicas. Para este trabalho o enfoque utilizado acima é ponto de partida para contextualização histórica das drogas desde seu aparecimento e consumo primário até os dias atuais, para conhecimento cultural de sua aparição e atual existência, apresentado neste capítulo.


De acordo com alguns autores, a juventude, principalmente a adolescência foi descoberta na passagem do Séc. XIX para o Séc. XX, sendo uma preocupação recente.

A história das bebidas alcoólicas e das drogas remete a um âmbito pouco conhecido da história das sociedades humanas: o da vida material, da cultura material, o que o homem come, bebe, veste, onde mora e, também, os remédios com que se cura e se consola. O grande historiador francês Fernand Braudel dizia, a propósito das drogas, serem alguns dos mais importantes produtos do “imenso reino do habitual, do rotineiro, ´o grande ausente da história´”: “não penso que se deva relegar para o campo do anedótico o aparecimento de tantos produtos alimentares, do açúcar, do café e do chá, até ao álcool, que constituem, cada um por si, intermináveis e importantes fluxos de história (...) são, com certeza, questões densas de consequências: a história das drogas antigas - o álcool, o tabaco, a forma fulgurante como o tabaco, em especial, conquistou o mundo, deu mesmo a volta ao mundo - não constituirá uma séria advertência em relação às drogas, muito mais perigosas, dos nossos dias?”(1989:19/20).



POSTAR UM COMENTÁRIO

أحدث أقدم